O que é um projeto elétrico industrial
Conjunto de estudos, cálculos, especificações e desenhos que dimensionam e detalham a infraestrutura elétrica de uma indústria, do ponto de entrega à última carga. Abrange:
- Média e baixa tensão: subestação, transformadores, QGBTs/QDLs, barramentos e cabos;
- Proteção e seletividade: disjuntores, fusíveis, relés, ajustes e coordenação;
- SPDA e aterramento: proteção contra descargas e malhas equipotenciais;
- Iluminação e tomadas técnicas: eficiência e ergonomia;
- Backups: grupos geradores, UPS/nobreaks, chaveamento e paralelismo quando aplicável;
- Automação/supervisão: medição, SCADA, submedições e integração com o processo;
- Eficiência energética e qualidade de energia: VFDs, fator de potência, harmônicos e quedas de tensão.
Por que investir (benefícios principais)
- Segurança e compliance: redução de riscos de choque/incêndio e atendimento normativo;
- Confiabilidade: menos paradas e perdas de lote por falhas elétricas;
- Eficiência: menor consumo específico (kWh/unidade) e melhor uso de demanda;
- Escalabilidade: infraestrutura preparada para expansões e novos equipamentos;
- Manutenibilidade: organização, acessos e identificação que reduzem MTTR;
- Rastreabilidade: submedições para gestão de custos por área/linha.
Etapas do desenvolvimento (MSE)
- Análise de demanda e premissas
Cargas atuais/futuras, regime de operação, criticidade, ambiente e interligações com utilidades (HVAC, vapor, ar comprimido, automação).
- Estudos e cálculos
- Fluxo de carga e quedas de tensão;
- Curto-circuito (MT/BT);
- Coordenação e seletividade (ajustes de relés/disjuntores);
- Partida de motores (corrente, impacto de tensão);
- Fator de potência e harmônicos (correção/mitigação).
- Arquitetura elétrica
Definição de arranjo (radial, anel, duplo barramento, redundâncias), níveis de curto, classes de isolamento e filosofia de proteção.
- Especificações e detalhamento (BIM)
Unifilares, trilhos e leitos, roteamento de cabos, listas de materiais, diagramas lógicos, layout de subestação e salas elétricas, memoriais e cadernos de montagem.
- Obra, testes e comissionamento
FAT/SAT quando aplicável, testes funcionais, parametrização de proteção, as built e plano de manutenção.
Principais componentes e boas práticas
- Subestação/transformadores: rendimento, classe térmica, impedância e proteção diferencial quando necessário.
- Distribuição em BT: barramentos dimensionados por corrente e Icc; cabos com critério térmico/queda de tensão; rotas segregadas (força, comando, dados).
- Proteção: ajustes que garantam seletividade (o equipamento mais próximo falha primeiro); curvas e coordenação documentadas.
- SPDA/aterramento: malha com resistência alvo compatível; equipotencialização e bonding de carcaças/trilhos.
- Iluminação: níveis de iluminância conforme atividade, controles e fotometria eficiente.
- Qualidade de energia: correção de FP (fixa/automática), filtros de harmônicos quando necessário, análise de transitórios.
- Backups: UPS para cargas críticas; geradores com reserva de carga, tanque e exaustão; lógica de transferência segura.
- Automação e medição: IEDs/medidores, gateways e SCADA para energia; relatórios de demanda, alarmes e históricos.
Integração com utilidades e processo
O projeto elétrico deve conversar com HVAC, SPCI, ar comprimido, vapor, água gelada e automação, prevendo intertravamentos, prioridades de carga e procedimentos de partida/parada. BIM assegura compatibilização entre arquitetura, civil, mecânica/tubulação e elétrica.
Normas e conformidade (essencial, sem exagero)
- NR-10 (segurança em eletricidade);
- NBR 5410 (BT) e NBR 14039 (MT);
- SPDA/aterramento (séries NBR 5419 e correlatas).
Outras normas e exigências específicas são consideradas conforme o segmento e o cliente.
Erros comuns e como evitar
- Subdimensionar cabos/barramentos → cálculos com cenários de pico e expansão;
- Ignorar seletividade → estudos e ajustes documentados;
- Sem plano de expansão → reserva de espaço/capacidade e caminhos de cabos;
- Aterramento deficiente → medições de comissionamento e laudos periódicos;
- Falta de submedição → dificulta gestão de custos e eficiência.
Indicadores que melhoram com um bom projeto
- Disponibilidade elétrica e OEE;
- Consumo específico e fator de potência;
- Tempo de partida e MTTR;
- Incidência de quedas de tensão e desarmes intempestivos.
Conclusão
Um projeto elétrico industrial bem concebido viabiliza produção contínua, segurança e eficiência, reduz custos e prepara a planta para o futuro — sem surpresas.
A MSE Engenharia executa esse serviço: do conceitual ao básico e executivo em BIM, com estudos (fluxo de carga, curto-circuito, seletividade), subestação, distribuição MT/BT, SPDA/aterramento, iluminação, UPS/geração, automação/SCADA e comissionamento, além de compatibilização multidisciplinar e suporte a licenças.